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 Querido diário, isso tem que parar. Mais uma vez escrevo em lágrimas. Não é isso que desejo para minha vida: viver em rios. De lágrimas, decepções.  Não mereço. Constantemente tenho divagações sobre ser uma boa pessoa, sempre me considerei como uma delas. Hoje, não tenho certeza. De fato me questiono muito. Será que se eu fosse uma pessoa ruim, eu saberia? Eu teria esses pensamentos, divagações? Por que eu me odeio? Quando parece que ninguém vai te salvar, é preciso ver você mesmo no espelho. Tenho dificuldade com isso, sabe. Me olhar no espelho, dizer quem eu sou. Me acho uma pessoa solitária, não por escolha própria, mas escolha da vida em si. Sei que tenho qualidades. Não gosto de escrever sobre elas, não gosto de pensar sobre isso, mas pelo menos eu preciso acreditar. Eu sou carinhosa, sou gentil, sou uma pessoa amorosa com aqueles ao meu redor. Sou simpática, alto astral, gosto de conversar, gosto de rir e de fazer rir. Gosto de planejar, sonhar. Sou bonita, tenho um bel...

Escrevo cartas que não serão enviadas

 O destinatário desta carta nunca a receberá De todas as pessoas do mundo, você era a única que eu achava que não iria me machucar Hoje, me vejo sem saída, imersa em um sentimento que não posso explorar  Dessa vez, o indizível foi proferido de uma vez só, pelos seus lábios cortantes A agressão de um belo amante  Forçou que a racionalidade prevalecesse sobre o ocorrido Hoje, tenho aprendido a lutar contra o impulso de te chamar Te ligar, me desesperar, te culpar No intuito de não acreditar no que de fato aconteceu Pois de tudo, não foram só palavras, foi a síntese do seu desrespeito Tirou algo de mim Me forçou a acreditar no que você tentou empreitar, pois dessa vez, os meus olhos não puderam se fechar E que de fato, esta carta não irá chegar.

Os dias em que te perdi

 Os dias em que te perdi Foram os dias que a minha dor Se fundiu com a dor do mundo Ausência de um amor que se perdeu Pois mal nasceu Cacos da minha confiança se espalharam Pelo chão Dentro de mim Dentro da minha alma A dor que nasceu, floresceu Enfeitou um túmulo no meu coração Que está vazio de ti. 14/01/2024

Pachinko

 Como começar a escrever sobre algo que muda drasticamente a sua visão sobre o mundo?  Primeiramente, é difícil de começar. Segundo, existe o medo de nunca encontrar as palavras certas. "Pachinko" é um drama histórico que perpassa três gerações de imigrantes coreanos no Japão, durante a ocupação japonesa na Coreia, que começou em meados de 1910. Nessa época, muitos coreanos foram obrigados à imigrar para o Japão em busca de melhores condições de vida.  Nesse drama histórico familiar, acompanhamos principalmente a história de Sunja, filha de dois coreanos, donos de uma pequena pensão no interior da ilha de Yeongdo, em Busan. Um dia, Sunja conhece um coreano bem sucedido nos negócios financeiros, Koh Hansu, muito respeitado até mesmo pela elite japonesa, e os dois dão início a uma história de amor em meio à paisagem bucólica. No curso desse intenso amor, Sunja descobre que está grávida, e fica maravilhada com a ideia de dar um filho à Hansu. Todavia, para sua infeliz surpre...

Admitir para si mesmo é sempre a melhor escolha

Quanto tempo se passou desde que escrevi a última vez? Não consigo me recordar, minha memória não acompanha os processos pelos quais a minha vida passa. Ás vezes, tudo o que você precisa é tirar da sua mente tudo o que você não consegue compreender, o que você não consegue decifrar. Hoje, estou num momento da minha vida muito importante, um para o qual nem eu estava preparada, apesar de muito o desejar e o almejar. Hoje, preciso ser forte e encarar mais uma batalha para garantir  essa importante etapa da minha vida. Hoje, sei que não tenho como fugir da responsabilidade de lutar pelos meus sonhos, por mais que muitas vezes eu tenha sentido uma vontade de desistir de cada um deles. Hoje, eu encaro a mim mesma e aos meus sonhos, reflito se foram realmente meus. A tristeza me assombra como uma velha amiga em seus dias ruins, andando ao meu lado, embaçando a minha visão sobre tudo e todos ao meu redor. As pessoas não entendem, é claro, pois como poderiam entender? Me acostumei com ela,...

Democracia

Democracia é a vontade do povo A rosa que une o cravo e o espinho É a leitura da narração de um caminho construído com pedras de vinho tinto vermelho como o sangue dos nossos amigos Que lutaram pela máxima representação daqueles que não têm condição repartição desse chão Quero ver então,democracia Gênese, rosa do povo Nem venha me dizer Que nela não tem nada de novo.

O capital

Desse modo, com exceção da seção relativa à forma de valor, não se poderá acusar esta obra de ser de difícil compreensão. Pressuponho, naturalmente, leitores desejosos de aprender algo de novo e, portanto, de pensar por conta própria. Os dois fatores da mercadoria: valor de uso e valor (substância do valor, grandeza do valor) A mercadoria é, antes de tudo, um objeto externo, uma coisa que, por meio de suas propriedades, satisfaz necessidades humanas de um tipo qualquer. A natureza dessas necessidades – se, por exemplo, elas provêm do estômago ou da imaginação – não altera em nada a questão. o próprio corpo da mercadoria, como ferro, trigo, diamante etc., é um valor de uso ou um bem. Esse seu caráter não depende do fato de a apropriação de suas qualidades úteis custar muito ou pouco trabalho aos homens. Na consideração do valor de uso será sempre pressuposta sua determinidade [Bestimmtheit] quantitativa, como uma dúzia de relógios, 1 braça de linho, 1 tonelada de ferro etc. Os va...